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terça-feira, 5 de junho de 2012

Na velhice


A velhice pode ser vista pelos dois lados: como apogeu de uma vida ou
como a decadência de um indivíduo. Na atualidade, a velhice vive seu eterno
conflito. A indústria da beleza vende a eterna juventude e nega a velhice, pois esta
privilegia as pessoas altamente produtivas. O ser humano não pode continuar a ser
encarado como um produto com prazo de validade, pois  a velhice nasce com o
homem e é resultado de sua trajetória biológica e espiritual.
A velhice não existe. O que existe é uma fase da vida em que as pessoas deverão colher
os frutos de seus trabalhos, tendo consciência de que agora é sua vez como uma participação
prazerosa e saudável dentro da sociedade. O passar do tempo faz com que o círculo das relações
familiares e de amigos diminua pelo processo natural de dispersão, óbitos, ficando o idoso com a
impressão de perder bruscamente a fase de sua razão de ser social.  Alguns indivíduos chegam até
mesmo a perda acentuada da capacidade de adaptação  e de menor expectativa de vida. A
professora Silene Okuma (1998) que tem livros e artigos publicados sobre o assunto – lembra que a
população brasileira hoje vive mais, o que significa uma convivência maior com a velhice, associada
às alterações físicas e de saúde que o envelhecimento traz. "Daí a importância de oferecer recursos
para as pessoas diminuírem as perdas ou lidarem melhor com essas perdas, que acabam interferindo
nas condições sociais.". Este processo leva à perda das possibilidades de interação social e,
conseqüentemente, a uma condição psicológica negativa. "Não é o envelhecimento em si que produz



a condição negativa, mas a forma como a pessoa experimenta este envelhecimento", explica a
professora. E uma das melhores formas de experimentá-lo é inserindo a atividade física no dia-a-dia.
Com a autoridade de quem tornou-se uma referência nacional no assunto, Silene Okuma (1996) frisa
que o sedentarismo é muito negativo para as condições de saúde e acelera as modificações
resultantes da idade. "Para diminuir a velocidade da ação do tempo é preciso ativar, estimular o
corpo." Como os exercícios físicos mantêm a funcionalidade dos sistemas e órgãos, eles aumentam a
resistência às doenças. Segundo Okuma (1996), à medida que nos exercitamos, damos uma reserva
funcional ao organismo, permitindo a manutenção de  boas condições físicas mesmo no caso de
doenças. Pode não parecer, mas um bom sistema imunológico é importante também para manter
uma relação saudável com o meio. "O indivíduo, para 'funcionar' no meio social, precisa de um corpo
que funcione”, relata Okuma.
Quando se começa a perder as capacidades, vem a condição de aprisionamento,
geradora de muito mal-estar e de condições psicológicas negativas. É quando as pessoas passam a
assumir o estereótipo de que o idoso é incapaz. "A  longevidade ainda é algo novo na nossa
sociedade. A caricatura que se faz do idoso ainda é de muita passividade e isolamento. E muitos
ainda assumem esta imagem." Para a autora, quando o idoso percebe que não é incapaz, muda seus
conceitos e passa a ter uma relação positiva com a  velhice, de menos dependência dos outros. A
mesma dá um importante recado: "Quem nos mostra que chegamos à velhice é o corpo. É ele que
reflete as transformações.
Não existe envelhecimento social, e sim físico." Daí a importância de
manter o corpo em boas condições.



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